Design
Compreende-se facilmente a paixão por esta embarcação. É um dos derivadores mais elegantes com a sua grande genoa que lhe confere um estilo particular, uma velocidade elevada nas diversas condições de vento e uma sensibilidade de leme extraordinária.
Comprimento: 5, 99 mts
Comp. linha de água: 5, 40 mts
Boca: 1, 40 mts
Peso: 320 kg
Área vela grande: 12 m2
Área genoa: 2 m2
Regras da Classe aqui
Associação Internacional tem mantido ao longo dos anos as características originais. No entanto, alguns pormenores têm vindo a ser lentamente alterados.
Assim as boeiras foram aceites pelo facto de algumas frotas em Inglaterra e Holanda navegarem, por vezes, em mar aberto e o boomjack só foi permitido depois de muita discussão. As velas, inicialmente em pano normal, são agora traçadas em dracon estando o mylar e o kevlar interditos.
É a nível do aparelho que se notaram, ultimamente, alterações significativas. Introduziram-se caixas de desmultiplicação para afinação das adriças de estai e da carangueja, cunningham e barra de escota na vela grande, cintas para ajudar na prancha, flutuadores. Toda esta introdução de material tem diferenciado muito as gerações de barcos e em regata notam-se bem as ajudas destas diferenças.
Mastro, retranca e carangueja são três elementos a serem construídos e guardados cuidadosamente e se possível do mesmo tipo de madeira, spruce ou pinho da Flandres. Devem, em qualquer caso, ser flexíveis suficiente para permitirem às velas adoptarem o melhor perfil em função das condições de vento e água e também do peso da tripulação. Os bons conjuntos são caros mas imprescindíveis para quem quer ganhar regatas.
A velaria holandesa Heineke tem sido, desde há alguns anos, a marca referência embora a alemã Clown esteja neste momento no centro de escolha. Normalmente são velas com muito saco, valuma enorme e que, por isso, mais adaptadas a tripulações de tamanho grande. 1,85 mts e 80 kgs de peso é o mínimo que se pode pedir a um tripulante de regata. A velaria portuguesa Pires de Lima tem feito também algumas velas campeãs.
Leme e patilhão com, respectivamente 8 kg e 24kg , são duas das peças a requererem maior atenção. São feitos em aço, logo sujeitos a corrosão, e necessitam de afinações possantes, por exemplo moitões e mordentes com esferas, para se poderem manusear à vontade e sem esforço. Algumas tripulações têm escolhido o aço inox para estes perfis.
O Sharpie 12 pode aguentar sem dificuldade um 6 Beaufort em águas abrigadas. Apesar da sua boca estreita, pode-se facilmente torná-lo mais dócil descendo apenas uns centímetros na adriça da carangueja abrindo, consequentemente, a valuma da vela grande.
O Sharpie é, na Holanda, um barco partilhado pela família e onde se podem ver avô e neto no mesmo barco e em competição. Esta partilha entre família está também presente nas diferentes Associações de Sharpies, nomeadamente na Portuguesa onde todos se conhecem, se juntam para partilharem gastronomias diversas e onde as divergências surgidas em regata acabam com os pés em terra.
Colaboração: António Folha |